Visita a Vila Franca de Xira

Visita a Vila Franca de Xira

Categoria :Visitas

Conhecer Vila Franca Xira

Os responsáveis pelo Projeto Cesviver facilitaram aos seus aderentes, sócios da CES e amigos uma ida a Vila Franca de Xira no âmbito do tema “Um Livro, Uma Companhia”. Esta visita de estudo decorreu no dia 12 de Novembro de 2019 e foi proposta pela Prof.ª Maria de Lourdes Mano, que este ano letivo é a orientadora/dinamizadora das sessões daquele projeto. Durante a viagem foi dando informações - localização, história, atividades culturais, recreativas, económicas, tradições bem como outros assuntos de interesse.

Chegados à cidade de Vila Franca de Xira realizámos uma caminhada pelas ruas a fim de se observar alguns edifícios que se destacavam à nossa vista. Dirigimo-nos para a estação ferroviária, um edifício em estilo tradicional português, onde observámos painéis de azulejos, que foram fornecidos pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira e colocados por Jorge Colaço em 1930. Uns retratam parte da nossa História, outros a vida quotidiana do povo daquela região; continuando o nosso percurso passámos pelo monumento dedicado ao varino; no largo da Câmara Municipal deparámos com o Pelourinho. Chegámos ao nosso destino – Museu do Neo-Realismo – edifício que se destacava pela sua modernidade.

Esperava-nos a Dra. Lídia Agostinho e outro colega dos serviços educativos da Câmara Municipal que nos iriam guiar durante a nossa permanência naquele espaço.

Visionámos um filme sobre o Museu. Tivemos conhecimento da sua origem, que fora criado em 1990, a partir da atividade de um Centro de Documentação sobre o movimento neorrealista português; espaços onde funcionou até à atualidade. O novo edifício do Museu do Neo-Realismo foi inaugurado em 20 de outubro de 2007, projeto do arquiteto Alcino Soutinho, composto por amplos espaços para exposições temporárias de longa e curta duração, uma biblioteca temática e sala de audiovisuais, um auditório, uma cafetaria e uma livraria.

Foi a vez de o nosso guia nos conduzir até à Exposição “E não sei se o mundo nasceu”, integrada nas comemorações do centenário do nascimento de Fernando Namora da autoria do curador António Pedro Pita. Era aqui que se centrava o nosso interesse, uma vez que a Profª. Maria de Lourdes Mano havia trabalhado o Neorrealismo em Portugal, na literatura e nas artes, sendo aquele o autor escolhido. Ao meio da escadaria retirámos uma mensagem do autor. Ouvimos falar sobre a biografia e bibliografia deste Homem como médico, pintor e escritor. Percorremos as salas para tomar um conhecimento mais “real” do que nos foi transmitido sobre o escritor, suas pinturas bem como pintores que com ele trabalharam.

Regressámos ao primeiro piso para desfrutar de uma surpresa. Tinha sido inaugurada no passado dia 09 deste mês a Exposição “Raízes de uma Coleção: Alves Redol e (seus) ilustradores” e será este o próximo autor em estudo a partir do dia 07 de janeiro 2020. Esta exposição assinala os 80 anos sobre a publicação do romance Gaibéus e também os 50 anos já passados sobre a morte de Alves Redol. Tem por base a obra literária daquele que é um dos maiores e mais emblemáticos autores do Movimento Neorrealista Português. Relativamente à ilustração de muitos dos livros de Alves Redol, vimos obras da autoria de artistas do movimento neorrealista, tais como Antero Ferreira (ilustrador de Gaibéus), Júlio Pomar (Horizonte Cerrado), Lima de Freitas (Olhos d’ Água), Rogério Ribeiro (A Vida mágica da sementinha: uma breve história do trigo), ou Manuel Ribeiro de Pavia. Também estavam expostos retratos do próprio autor em pintura, desenho, caricatura e escultura. Foi do agrado de muitos de nós, encontrarmos livros infantis pois não era habitual nessa época.

À saída, no átrio de entrada, foi-nos explicada a razão da existência de uma estrutura alusiva à vida dos antigos avieiros.

Os nossos sinceros agradecimentos ao modo como fomos recebidos. Muitos Parabéns aos guias que nos acompanharam e à Câmara Municipal de Vila Franca de Xira.sa Maria Duarte

Ida ao Museu do Neo-Realismo

Visita guiada à Igreja do Mártir S. Sebastião

Depois da visita ao Museu do Neo-Realismo realizada durante a manhã fizemos uma visita guiada à Igreja do Mártir Santo São Sebastião, hoje parte do Núcleo da Arte Sacra do Museu Municipal.

Este pólo do Museu é um dos sete existentes. A Igreja foi mandada construir por El-rei D. Sebastião que a dedicou a São Sebastião por acreditar que esta homenagem protegeria a população da peste que à época grassava.

Como Igreja teve culto até ao Séc. XX mas foi-se degradando e o Município adquiriu-a. Foi pontualmente usada para casamentos ou funerais.

Na sua função museológica começámos por analisar mapas de zonas onde escavações recentes, no Vale de Santa Sofia, revelaram uma aldeia com cerca de 3000 anos com a surpresa de encontrar vestígios de Fenícios que deixaram ânforas com asas duplas, o que as permite distinguir das romanas.

Muito povos passaram por aqui pois, tal como no caso do Seixal, a proximidade da água levava os povos a fixarem-se, quer pela facilidade de comunicações quer por ser uma via que permite estabelecer comércio.

Descobriu-se também entre Lisboa e Santarém uma verdadeira Atlântida, cidade desaparecida, da qual se sabia a existência, sem confirmação - seria Ierábrica. Muito trabalho há a efetuar pois o Município está ainda a negociar com os proprietários das terras a aquisição das mesmas.

Foram construídos vários castelos durante domínio Muçulmano dos quais hoje só há vestígios do castelo de Alverca. Sabendo-se que houve o castelo e a mesquita no Monte do Senhor da Boa Morte mas não chegou aos nossos dias qualquer testemunho das suas existências.

Sobre a origem de Vila Franca de Xira ficámos a saber que, originariamente terá sido um local chamado Vila Franca, cuja origem do nome se supõe derivar de zona franca ou por ter sido dada a zona a franceses ou francos, e Xira outra localidade que só com o foral de D. Sancho I de 1212 se juntam e passa a denominar-se por Vila Franca de Xira.

Pertence também a esta jurisdição a localidade de Povos onde existiram estaleiros navais nos quais se fizeram caravelas para as descobertas.

Em Vila Franca de Xira no início do Séc. XX existiam mais de 100 palácios, os proprietários tinham-nos para festas e recolha de produtos agrícolas para suas casas, hoje não há mais de 4 ou 5 quintas em boas condições.

Associado a Vila Franca de Xira está o episódio histórico ocorrido entre D. João VI e o seu filho D. Miguel defensor do Absolutismo. D. Miguel sai de Lisboa em direção a Santarém para se encontrar com os seus apoiantes que vêm do Norte. Quando chega a Vila Franca de Xira é de tal forma bem-recebido que envia carta ao pai defendendo a sua posição Absolutista. O pai vem ter com o filho e percebe que não terá força para se lhe opor, restaurando, portanto, o Absolutismo. Aquando desta reunião o local de instalação do monarca e seu filho foi um palácio que veio a ser vandalizado e do qual apenas restou: uma pedra de Armas que se encontra na entrada da Igreja Museu, uma escultura e uma pintura.

A visita foi muito interessante, o guia foi muito acessível, simpático e conhecedor. Valeu a pena! Os nossos agradecimentos à CESVIVER e à sua Direção.

Suzete Rego


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