Património Imaterial da Humanidade
Tags : Património imaterial
Categoria :Historia , Vivências na CESVIVER
Tarde de Terça Feira na Cesviver
Foi nossa convidada a professora Mariana Mareco, reitora da UNISSEIXAL-CES, para nos transmitir os seus conhecimentos sobre o Património Cultural Imaterial, no dia 24 de maio e 2022, na tarde de terça-feira, na CESVIVER.
Após uma breve conversa sobre o por que e para que ali estava explicou o significado da sigla “UNESCO” e quais os seus fins.
Fez alusão ao artigo 2º da Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial (2003), na qual esta considera como património cultural imaterial , que se transcreve: “(…) as práticas, representações, expressões, conhecimentos e aptidões – bem como os instrumentos, objectos, artefactos e espaços culturais que lhes estão associados – que as comunidades, os grupos e, sendo o caso, os indivíduos reconheçam como fazendo parte integrante do seu património cultural. Esse património cultural imaterial, transmitido de geração em geração, é constantemente recriado pelas comunidades e grupos em função do seu meio, da sua Interacção com a natureza e da sua história, incutindo-lhes um sentimento de identidade e de continuidade, contribuindo, desse modo, para a promoção do respeito pela diversidade cultural e pela criatividade humana”.
Seguidamente foi apresentando, por ordem crescente de datas, cada uma das manifestações culturais do nosso país que, pela sua relevância são dignas de ser consideradas de elevado valor e apreciadas pela Humanidade. Aqui apenas fica um pequeno registo do que foi apresentado, caso queira mais informação pode ler em:
Património cultural e imaterial em Portugal
2011 - Fado, Canção Urbana Popular de Portugal
Género artístico que combina a música com a poesia, sendo amplamente praticado em várias comunidades de Lisboa, símbolo social e representativo do nosso país.
2013 - Dieta Mediterrânica
Países que se candidataram: Chipre, Croácia, Espanha, Grécia, Itália, Marrocos e Portugal
É um conjunto de competências, conhecimentos, rituais, símbolos e tradições relativos ao cultivo, colheita, pesca, criação de animais, conservação, processamento, confeção e, em especial, partilha e consumo dos alimentos. Comer juntos está na base da identidade cultural e da continuidade das comunidades em toda a bacia do Mediterrâneo.
É um momento de troca social e comunicação, uma afirmação e renovação da identidade da família, do grupo ou da comunidade e muito mais ainda foi dito a fim de que se tomasse conhecimento real do que é.
2014 - Cante Alentejano, Canto Polifónico do Alentejo, sul de Portugal
É um género de canto tradicional em duas partes, executado por grupos corais amadores no sul de Portugal e nas comunidades migrantes na Área Metropolitana de Lisboa. O repertório é constituído por melodias e poesia oral (modas), e é executado sem instrumentos musicais. Os grupos de Cante reúnem até trinta cantadores que se dividem em três papéis: o “ponto” inicia a moda, seguido pelo “alto”, duplica a melodia uma terceira ou uma décima acima, muitas vezes adicionando ornamentos.
2015 – Fabrico de Chocalhos - Manufatura de Chocalhos
O chocalho português é um instrumento de percussão idiofone com um badalo interno único, normalmente pendurado numa cinta de couro ao redor do pescoço de um animal. É utilizado tradicionalmente pelos pastores para localizar e controlar os seus rebanhos, criando uma sonoridade inconfundível nas zonas rurais. Os chocalhos são feitos manualmente em ferro, que é martelado a frio e dobrado na bigorna até ficar em forma de taça.
Esta candidatura faz parte da Lista do Património Cultural Imaterial que necessita de uma Salvaguarda Urgente em virtude de se vir a perder por falta de quem o fabrique.
2016 – Olaria de Bisalhães - Processo de Confeção da Louça Preta de Bisalhães
Esta candidatura também faz parte da lista do Património Cultural Imaterial que necessita de uma Salvaguarda Urgente em virtude de se vir a perder por falta de quem dê continuidade ao seu fabrico. Bisalhães é conhecida como “a terra dos produtores de potes e panelas” ou, mais especificamente, o local onde é produzido o barro preto. Executada com fins decorativos e para confeção dos alimentos, a prática tradicional encontra-se inscrita no brasão de armas da aldeia e constitui parte integrante da identidade da comunidade, sendo os antigos métodos ainda hoje utilizados para criar peças semelhantes às do passado.
2016 - Falcoaria, Património Humano Vivo
Países que pertencem a esta lista - Emirados Árabes Unidos, Áustria, Bélgica, República Checa, França, Hungria, República da Coreia, Mongólia, Marrocos, Qatar, Arábia Saudita, Espanha, República Árabe da Síria, Alemanha, Cazaquistão, Itália, Paquistão e Portugal.
Salvaterra de Magos foi quem apresentou candidatura. A prática da falcoaria tem evoluído ao longo do tempo no sentido de se associar à conservação da natureza, ao património cultural e às atividades sociais dentro e entre comunidades. Seguindo o seu próprio conjunto de tradições e princípios éticos, os falcoeiros treinam, fazem voar e criam aves de rapina (que abrangem, além dos falcões, aves como as águias e outros accipitrídeos), desenvolvendo um vínculo com as aves e tornando-se os seus principais protetores.
2017 - Produção de Figurado em Barro de Estremoz
O modo de fabrico é um processo de produção que dura vários dias: os elementos das figuras são montados antes de serem cozidos num forno elétrico, pintados pelo artesão e cobertos com um verniz incolor. As figuras em argila seguem temas específicos, sendo vestidas com a indumentária regional do Alentejo ou com as roupas da iconografia religiosa cristã. A produção de figuras de barro em Estremoz remonta ao século XVII.
2019 - Festas de Inverno, Carnaval de Podence
O Carnaval de Podence, também conhecido como Entrudo Chocalheiro, é uma prática social relacionada com o fim do inverno e o início da primavera. Entre Domingo-Gordo e Terça-Feira de Carnaval, na pequena aldeia transmontana de Podence, no concelho de Macedo de Cavaleiros, saem pelas ruas, em saltos e correrias, os Caretos, personagens mascarados com fatos preenchidos com franjas de lã colorida, máscaras de lata ou couro e chocalhos à cintura. O Careto de Podence é conhecido pelo seu comportamento performativo, “as chocalhadas”.
2021 – Festas do Povo de Campo Maior
As Festas do Povo de Campo Maior são uma manifestação de arte popular pública, sem periodicidade definida, que consiste na mobilização geral da comunidade com vista à decoração das ruas da vila com flores de papel, que resulta na transfiguração da vila de Campo Maior durante os dias das Festas.
A nossa convidada terminou a sessão dando a conhecer mais pormenorizadamente a história do fado, referiu as diferentes fases por que passou este estilo musical, quem o cantava, escrevia, musicava, instrumentos musicais utilizados e a relação com a política de cada fase.
Foi uma tarde do agrado de todas as senhoras presentes e ficou a promessa da professora voltar para continuar este tema.
Bem-haja, Mariana.
R.M.D.
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