O Projeto CESViver nasceu a 19 de Junho de 2008
Categoria :Destaque
Dia 15 de dezembro realizou-se a última sessão deste ano civil e do final do primeiro período do ano letivo 2020/2021. Como se aproxima a quadra natalícia e se está a atravessar uma situação pandémica as atividades foram efetuadas neste âmbito.
O ambiente estava envolto em música instrumental e imagens da época. Para iniciar a tarde desta terça-feira foi pedido a cada amiga/o presente que contasse como pensava que poderia ser o seu Natal.
Um/as ainda desconheciam pois vivem sós e estão à espera da resolução familiar; outras em sua casa com a família do dia-a-dia; poucas juntar-se-ão com os familiares mais chegados respeitando as regras com que estamos a viver neste momento.
Ainda relataram como passavam o seu Natal quando eram crianças e jovens e, por isso, apresentaram os alguns motivos de comparação ou diferenças: viver de acordo com a Fé - “Nascimento de Jesus”; melhoria de condições sociais e alimentares/refeições desse dia; diferença entre presentes e exageros atuais; etc.
Para fechar este assunto relembrei algumas das sugestões dadas em três das sessões anteriores as quais poderiam ajudar a ocupar o tempo de afastamento das atividades e convivência de modo a manterem a sua saúde física e mental.
Na hora de apresentarem as suas participações - individual ou em grupo - que prepararam em casa pudemos ouvir algumas canções de Natal e a leitura de umas quadras de sua autoria, que passo a transcrever:
Houve um momento de leitura de poemas sobre o Natal que apareciam como imagem a fim de todos participarem ativamente.
Encontrava-se entre nós, como convidada, Psicóloga Dr.ª Fiona Sofia a quem temos muita a agradecer pelo apoio dado a aderentes da CESVIVER, desde que iniciou o seu estágio na CES, ouvindo pessoalmente, pelo telefone ou por vídeo chamada, quem a procurou ou lhe foi indicada.
Tomou da palavra para falar sobre o tema ao nível da saúde e bem-estar, recordar o que fizera com as senhoras para terem uma vida mais saudável durante o confinamento e sugerir que continuassem a fazer o que gostam pensando em si próprias. Terminou convidando os presentes para fazerem uma reflexão diária - “O que posso melhorar para mim”. Apresentou algumas sugestões a fim de facilitar a execução do convite. Terminou desejando a todos umas boas festas e que se resguardassem.
Como estavam presentes quatro aniversariantes deste mês, entre eles a nossa funcionária e amiga Sr.ª D. Cármen, felicitámo-los e entoámos a canção de parabéns.
A atividade terminou com os votos de Boas Festas e lembrando o reencontro a 05 de janeiro de 2021.
Rosa Maria Duarte
Categoria :Atividades Lúdicas
A sessão de quinta-feira, dia 10 de dezembro, teve como tema “Atividades Lúdicas” sob a orientação e dinamização da nossa convidada profª. Inocência Bolas. Após ter cumprimentado e agradecido o convite manifestou o seu agrado em poder contribuir para combater um pouco da inatividade da vida quotidiana.
Distribuiu uma folha para, em casa, se recordarem e praticarem exercícios físicos ou mentais. De seguida referiu os benefícios das atividades lúdicas na terceira idade:
- Servir de entretenimento, dar prazer e divertimento;
- Contribuir para a autoestima e ajudar a reduzir os fatores que causam “stress”;
- Auxiliar no estímulo de habilidades, na orientação e superação das mudanças e dificuldades próprias do envelhecimento.
Passou à parte prática da sessão realizando com os presentes exercícios de atenção, concentração e memória tais como:
- Observação de imagens para responderem ao que era solicitado (jogo de palavras e cores);
- Utilização da mímica, para transmitir a leitura de uma frase, com recurso à imaginação e criatividade;
- Terminou com a dança, mas primeiramente enunciou os benefícios que esta atividade tem ao nível: visual, táctil, auditivo, cognitivo, afetivo, motor; para além de favorecer a frequência cardíaca, estimular a circulação, melhorar a capacidade respiratória e queimar calorias.
E foi ao som de músicas conhecidas e alegres que toda a assistência participou, sempre sentados.
Saíram todos bem-dispostos.
Agradeço à profª Inocência a sua participação e alegria com que realizou esta sessão. Bem-haja!
Aos aderentes presentes espero por vós na próxima terça-feira, muito obrigada.
Rosa Maria Duarte
Categoria :Destaque
Consequências da pandemia “Covid 19” na saúde mental das pessoas idosas
Consequências da pandemia “Covid 19” na saúde mental das pessoas idosas. Decorreu com “lotação completa” a sessão realizada na Casa do Educador, no passado de 3 de Dezembro.
Foi uma tarde agradável, com bom tempo e com muito boa disposição.
A Senhora Professora Rosa iniciou as atividades dando as boas vindas aos presentes, aos Voluntários /as e ao Prof. Vítor Vitorino, que iria animar a primeira parte da tarde cultural, falando sobre o tema “As consequências da pandemia Covid 19 na Saúde Mental das pessoas idosas”.
A apresentação feita pelo Professor começou com um breve debate sobre as “queixas” dos/ das Participantes sobre o que sentiram (e sentem), quer nos tempos de confinamento, quer mais tarde nos tempos recentes, em que as restrições impedem saídas de casa, contactos com familiares, amigos e até realizar tarefas do dia a dia tais como: compras, idas aos Centros de Saúde, Hospitais e até farmácias, tendo-se estabelecido um breve, mas aninado diálogo.
Foi depois referido e comentado um artigo do prof. J. Schroeder, Psicólogo, Pediatra e Atleta de Resistência, com o título “Como manter a saúde Mental, enquanto a pandemia continua”.
Foram quatro, os pontos mais importantes destacados, por contribuírem significativamente para a prevenção dos danos causados pelo Covid 19 na saúde mental das pessoas idosas, a saber: Sono reparador; Alimentação saudável (não esquecendo de beber água abundantemente; Actividades físicas e mentais, regulares e sistemáticas e ainda Não dispensar tempo demasiado em diversões com equipamentos tecnológicos (jogos e redes sociais, especialmente).
Como sugestões de actuação, quanto ao futuro, foram desenvolvidos os seguintes pontos:
Mudar de Hábitos, sempre que se conclua que os praticados, não são ajustados;
Valorizar a Gratidão, a Empatia e aceitar Desafios, que contribuam para fazer as escolhas certas, quanto a Gratidão versus Decepção, Empatia versus Egocentrismo e Desafios versus Desespero.
Por último, foi distribuída uma gravura de um cérebro, tendo sido pedido aos presentes que destacassem os dois aspectos mais relevantes, de entre os dez que a seguir se enunciam:
Sobre os resultados deste exercício, ficou prometido que numa próxima sessão da CESVIVER, se irá reflectir sobre os pontos que mereceram maior preferência. (Prof. Vitor Vitorino)
Após o nosso amigo e convidado Dr. Vitor Vitorino ter terminado a sua apresentação e depois de expressos os nossos sinceros agradecimentos, deu-se continuidade ao plano de atividades traçado para esta quinta-feira. Também assistiram os aderentes de terça-feira uma vez que devido ao número reduzido de presenças a sala comportava.
Acolhemos com muito ternura o trabalho feito em casa, por cada um dos presentes utilizando os materiais que tinham ao seu alcance, de acordo com a sua possibilidade e afeição, a fim de construirmos o nosso presépio.
Como era o primeiro dia de atividades deste mês, destinado a felicitar-se os aniversariantes dos meses anteriores e porque se encontravam na sala quatro deles, foi o momento concretizado entoando-se a canção de parabéns.
Rosa Maria Duarte
Categoria :Bem Estar e Saúde
A Prof.ª Augusta Rodrigues esteve nas “Tardes da CESVIVER” nos dias 24 e 26 de novembro para falar do poder das palavras, tema integrado no seu projeto de vida “Entre Nós Aqui … e Agora.”
Após cumprimentar os presentes fez uma breve apresentação do seu papel na criação da CES. Recordou o assunto tratado no ano anterior, “O Poder dos Pensamentos” e assim fez a ligação ao tema do dia.
Convidou os participantes da sessão para efetuarem um exercício, a fim de tomarem consciência da sua respiração, durante alguns minutos. Pediu para se sentarem numa postura corporal correta, de olhos fechados e inspirassem e expirassem conscientemente, deixando ir qualquer pensamento e voltando a focar a sua atenção na respiração.
Após terem terminado o exercício questionou sobre o mesmo (como se sentiam antes e depois) e sugeriu que o repetissem em casa, sempre que se sentissem menos calmos, pois traria benefícios para a sua saúde e bem-estar.
Fechou a sessão com a frase “Respirar é o primeiro e o último ato de vida.”, de Joseph .
Passou a apresentar imagens, com palavras diversas, em significado e estilo gráfico, para assim entrar no tema do dia. Referiu-se ao peso que as palavras tomam consoante o tom da voz e o momento em relação a quem são dirigidas e para nós próprios. Por isso tem de se ter muito cuidado e ponderar antes responder a fim de evitar maus juízos e más atitudes pois não sabemos as suas consequências. Lembrou que se tem uma ferramenta bastante útil que é “respirar” antes de falar.
A assistência participou escolhendo, cada um, a palavra que mais significado tinha para si, de entre as muitas que iam aparecendo em diferentes esquemas, para de seguida serem analisadas.
A sessão terminou com a oferta, pela nossa convidada, de um coração onde se podiam ler palavras carregadas de positivismo
Obrigada querida amiga Prof.ª Augusta pela sua colaboração, estou certa de que foi do agrado dos presentes.
Rosa Maria Duarte
Categoria :Artes
STREET ART - «UM OUTRO OLHAR SOBRE LISBOA»
A terminar uma sequência de sessões dedicadas à Arte Urbana onde se privilegiou a divulgação de muitos artistas portugueses e respectivas obras, hoje dedicámos a sessão a “viajar” por Lisboa, já que a nossa capital é considerada internacionalmente como «uma galeria de Arte a céu aberto», não só pelas belas pinturas de Arte Urbana que embelezam a cidade, como pelas lindas fachadas de azulejos dos prédios, assim como os maravilhosos painéis de azulejos, quer nas estações do Metro, quer na própria cidade e, como é evidente, os magníficos trabalhos da «calçada portuguesa» um pouco por toda a capital.
Foram inúmeras as imagens de Arte Urbana projetadas, patentes em todos os bairros lisboetas e cujas obras plásticas, das mais antigas às recentes, quer de artistas nacionais como internacionais, são prestigiadas pelo seu enorme valor cultural, intelectual, artístico e social.
A Profª. Lourdes Mano teve ainda a preocupação de mostrar muitas obras já desaparecidas devido à renovação urbanística e cujos registos fotográficos ou em vídeo nos revelam grande sensibilidade artística e estética.
Artistas como Vhils, Bordalo II e AkaCorleone, cujas obras de reconhecido mérito se encontram um pouco por todo o mundo, têm em Lisboa vários exemplares.
Destaca-se aqui a mais recente obra de AKA RAF - Rui Alexandre Ferreira - artista que desenvolveu a “peça” que fica na “Alta de Lisboa”, na freguesia do Lumiar e foi batizada de «Talude». AKA RAF pintou uma enorme extensão de betão com cores vivas, formas e texturas diversas e com efeitos a 3D. O projeto abrange uma área de 2.600 metros quadrados.
No âmbito das obras já desaparecidas, a Profª. recordou-nos mais uma vez a bela pintura executada pelos artistas lisboetas Ayer, Nomen, Nark e Pariz, num edifício já destruído e situado junto à Fundação José Saramago, obra esta inspirada no documentário «José e Pilar», filme do jovem Miguel Gonçalves Mendes estreado em Novembro de 2010.
Com esta nossa “viajem” pelo magnífico roteiro de Street Art Lisboeta, a Profª. Lourdes Mano apresentou as suas despedidas como colaboradora assídua da CESVIVER nestes dois últimos anos letivos e agradeceu a todos os participantes a forma sempre carinhosa, gentil e atenta com que foi distinguida, além do enorme interesse, motivação e prazer demonstrados pelas temáticas dinamizadas em todas as sessões.
As despedidas terminaram com votos mútuos de muita saúde e continuação de dias felizes, além do desejo das maiores felicidades, quer para a Profª. Rosa Duarte e sua equipa da Direcção/apoio, assim como para este mui nobre projecto de solidariedade que é a CESVIVER.
MLMR
CESVIVER – Dias 17 e 19 de Nov. 2020
Na passada quinta-feira, dia 19/11/2020, antes de se dar início à atividade dessa tarde, a CESVIVER-CES surpreendeu a nossa querida amiga prof.ª Maria de Lourdes Mano para lhe fazer um agradecimento que apesar de muito simples, devido à situação de afastamento social, foi imerso em gratidão e carinho. A professora estará temporariamente afastada como orientadora de sessões.
O Presidente da Casa do Educador do Concelho do Seixal-CES, prof. Jaime Ribeiro esteve presente e dirigiu palavras de apreço e agradecimento. Elogiou o trabalho desenvolvido voluntariamente no âmbito cultural, social e até de saúde, uma vez que transmitia conhecimentos, ocupava a mente de quem nos procura e ajudava a serem mais saudáveis.
Desejou muitas felicidades e saúde. Terminou dizendo que a CESVIVER continuava à sua espera.
Por sua vez a prof.ª Maria de Lourdes Mano agradeceu as palavras que lhe foram dirigidas e expressou votos de continuação de bom trabalho a toda a equipa e voluntários da CESVIVER, referindo-se a cada um dos presentes em particular. Agradeceu às senhoras utentes que sempre a escutaram com atenção e lhe proporcionaram momentos de bem-estar.
Passo, em largos traços, a apresentar alguns apontamentos sobre a atividade dinamizada pela amiga prof.ª Maria de Lourdes Mano, neste projeto.
Já é longo o seu envolvimento nas atividades intituladas “Tardes de Terça-feira na CESVIVER”.
Em momentos ocasionais com temáticas esporádicas, ou na preparação de exposições de início ou final de ano ou ainda nas visitas de estudo mas foi em duas áreas que desenvolver a sua maior atividade:
- “Um Livro, Uma Companhia” – Foi neste projeto que mais marcou os presentes. Orientou uma sessão em novembro de 2014 e outra em fevereiro de 2015 sobre Sophia de Mello Breyner Andresen; Em dezembro de 2016 orientou uma sessão sobre um dos livros de Sophia e recordou o Centenário do Nascimento de Júlio Resende; Em 2017 aceitou o convite para orientar anualmente as sessões deste projeto, que é apoiado pela Ação Social da Câmara Municipal do Seixal, começando em outubro de 2018, com uma programação bimensal; Deu a conhecer ou recordou muitos escritores portugueses – José Saramago, Agustina Bessa Luís, Maria Teresa Horta, Nuno Júdice entre muitos outros. Referiu as suas obras e proporcionou a leitura de pequenos extratos de algumas delas.
- “Artes” – A sua participação nesta área começou em outubro de 2015 quando se trabalhava o tema “Construir para recordar”; em maio de 2018 referiu-se ao “Projeto SOS Azulejo” e em outubro desse mesmo ano começa a orientar sessões ao nível das Artes. Sempre atualizada em relação aos acontecimentos, ia dando a saber a obra e vida de grandes figuras das artes plásticas nacionais e estrangeiras.
Bem-haja querida amiga Maria de Lourdes Mano.
Votos de muitas Felicidades e até breve.
Rosa Maria Duarte
Primeira metade do século XVIII
Esta semana, nas tardes do projeto CESVIVER, dias 10 e 12 de novembro, foi nossa convidada a musicóloga, profª Zuelma Chaves, que dinamizou as sessões referindo-se a uma das épocas da História da Música em Portugal.
Começou por pedir, à assistência, que se recordasse do tema da semana anterior, orientada pela prof.ª Maria de Lourdes Mano, e fez uma “passagem”, com recurso à imagem, pelo Convento de Mafra e Basílica Real.
Lembrou um pouco da História de Portugal no reinado de D. João IV (século XVII) para mencionar os seguintes antecedentes históricos-musicais:
- A Escola da Sé de Évora
- O Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra
- O Paço Ducal de Vila Viçosa - Importante monumento português situado no Terreiro do Paço de Vila Viçosa, no distrito de Évora. Este complexo patrimonial é constituído pelo Paço Ducal, Castelo e igrejas dos Agostinhos e das Chagas pertencente à Fundação da Casa de Bragança.
Quanto ao tema do dia, a música em Portugal na primeira metade do século XVIII, começou por situar os presentes nas vivências do reinado de D. João V referindo: suas origens familiares; relação com a igreja; ligação à música: a música da Corte Joanina; a importância da música sacra; os instrumentos musicais que se podem encontrar e sua relação igreja/aristocracia/povo.
João V fascinado com o movimento barroco contrata o compositor e professor Domenico Scarlatti para o ensino da música aos infantes.
Estando Portugal a viver um período de muita riqueza devido à chegada das primeiras remessas de ouro do Brasil, o rei ambicionou para o país o que de melhor havia em relação à cultura. Neste sentido verificam-se influências vindas, por um lado, de Itália, não só pela adoção dos modelos litúrgico-musicais do Vaticano que viria a traduzir-se na importação de músicos e livros e no envio de bolseiros para Roma, e por outro lado a influência do modelo absolutista ditado por Luís XIV, em França.
Referindo-se a Mafra falou dos seis órgãos e dos dois carrilhões: a razão por que foram adquiridos e ali instalados; o seu funcionamento; e o respetivo reportório musical.
No domínio da música sacra mencionou a criação da Escola de Cantochão em 1729 em Santa Catarina de Ribamar e a referência a esta escola feita por Frei João de São José do Prado no Cerimonial da Arrábida de 1752.
No que concerne a testemunhos escritos da música desta época em Portugal mencionou o facto de muitos deles se terem perdido com o terramoto de 1755.
Fez uma breve alusão à ópera na corte e nos teatros públicos, seu público alvo e tipologias.
Deu a conhecer alguns dos principais vultos da música neste século: Carlos Seixas, António Teixeira, Francisco António de Almeida e Domenico Scarlatti, apresentando imagens ilustrativas e proporcionando a audição de curtas passagens musicais.
Agradeço à prof.ª Zuelma Chaves a sua disponibilidade por oferecer aos utentes/aderentes de CESVIVER uma “viagem” musical pelo Século XVIII, tão cativante no modo como a transmitiu e documentou.
Rosa Maria Duarte
Categoria :Um livro, uma companhia
Um outro olhar sobre o livro: “Memorial do Convento”
Realizou-se a última sessão programada para o ano letivo 2019/2020, pois como é de vosso conhecimento o fecho das atividades obrigou-nos a parar com toda a programação, mas foi vontade nossa cumpri-la a devido tempo.
Esteve connosco, como convidada, a professora Maria de Lourdes Mano que iniciou a sessão dando a saber uma notícia do dia: O Ministério da Cultura vai atribuir a Medalha de Mérito Cultural a Maria Teresa Horta pela sua carreira enquanto escritora e jornalista. Devido ao estado de pandemia o prémio só será entregue em 2021. Esta escritora, neste projeto, foi alvo de breve estudo nos dias 13 e 15 de outubro 2020.
Deu continuidade à sessão, pegando no tema do dia. Passo a transcrever o documento da professora Maria de Lourdes Mano onde nos relata como decorreu a sessão:
RECORDAR JOSÉ SARAMAGO
(«Uma década de saudade, mas não de ausência» sublinha a Fundação José Saramago)
Nestes dez anos da sua ausência física entre nós, a Fundação JOSÉ SARAMAGO continua a trabalhar de acordo com o Projeto que foi estabelecido pelo escritor para a criação da Fundação:
- «Sermos facilitadores da difusão cultural, insistir na Declaração dos Direitos Humanos e dos Deveres Humanos e cuidar do legado humanista que nos foi entregue».
De igual modo, ao recordarmos esta efeméride e José Saramago, com o objetivo de prepararmos a Visita de Estudo da CESVIVER à Real Basílica do Palácio Nacional de Mafra e ao Jardim do Cerco, a Profª. Lourdes Mano dinamizou a sessão desta tarde abordando em traços gerais o livro «Memorial do Convento».
Como sabemos, o romance é longo e rico em personagens e factos históricos que têm o condão de nos fascinar, da primeira à última página, tal como José Saramago é exímio a fazer.
“Viajámos” pela História de Portugal, num período aproximado de 30 anos, na época da Inquisição, também conhecida como «Tribunal do Santo Ofício».
O romance articula factos verídicos da História, no século XVIII, durante o reinado de D. João V, nomeadamente os Autos-de-Fé da Inquisição, a Procissão de Penitentes, o casamento dos Infantes, com factos ficcionados, como, por exemplo, os milhares de trabalhadores na construção do Convento, sempre esquecidos noutros romances mas, aqui, José Saramago valoriza-os e eleva-os à categoria de um “herói coletivo”.
José Saramago também não esqueceu a vertente do “fantástico” como, a construção da Passarola, sonho do padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão, ajudado por Blimunda e Baltasar, personagens estas ficcionais do romance.
Todas as personagens deste romance encantam-nos pela coragem e bravura, mas principalmente pelo que são de humanas, inquietas e capazes de «ir ao encontro do seu verdadeiro destino».
Assim, o escritor apresenta-nos o Manuel Milho como um exímio contador de histórias, ele que era um mero trabalhador na construção do Convento de Mafra e muito amigo de Baltasar «Sete-Sóis». À volta de uma fogueira, antes de dormir, sentavam-se os amigos - o povo anónimo que construiu o Convento - para ouvir as histórias contadas por Manuel Milho, deixando o melhor sempre para o dia seguinte, acirrando a curiosidade e o entusiasmo dos ouvintes.
Após a projeção de muitas imagens sobre esta obra literária e respectivos comentários, procedeu-se à leitura de pequenos extratos do romance, até para nos introduzir na projeção de outras imagens, agora sobre a magnitude deste monumento, onde a Basílica e o Jardim do Cerco foram o nosso foco para a Visita de Estudo.
A sessão foi concluída e, como é hábito, ainda houve oportunidade para as habituais e tão desejadas conversas prazerosas, seguindo-se as despedidas afetuosas.
MLMR
Nota: Por motivos relacionados com o momento crítico que vivemos atualmente, a Visita de Estudo à Basílica e Jardim do Cerco, projetada para este mês, não se realizará.”
Cabe-me agradecer à querida amiga professora Maria de Lourdes Mano a mareira como tem abraçado este projeto da CES, o modo como nos transmite os conteúdos e como promove a cultura.
Agradeço também a quem todas as semanas dá o seu apoio à CESVIVER e a quem nos procura para ter uma tarde diferente.
Rosa Maria Duarte
RECORDAR JOSÉ SARAMAGO
Categoria :Cesviver
Oficialmente a abertura das atividades do projeto CESVIVER do ano letivo 2020/2021, teve lugar na quinta-feira, dia 29 de outubro, numa cerimónia muito reservada.
Estiveram presentes, como nossos convidados: pela Câmara Municipal do Seixal, a Vereadora do Pelouro da Cultura, Participação, Habitação, Juventude e Desenvolvimento Social, Sr.ª Dr.ª Manuela Calado; pela Junta de Freguesia da Amora, o Presidente Sr. Manuel Araújo; a Professora Maria de Lourdes Mano, orientadora de sessões no âmbito da literatura e arte. Ainda estiveram na sessão, representantes das utentes/aderentes, membros da Comissão Executiva da CESVIVER e voluntárias.
Após ter cumprimentado e agradecido a presença de todos, foi dada a palavra à Professora Inocência Bolas que depois de cumprimentar os presentes e fazer alusão aos 18 anos da CES, ocorridos no dia anterior, justificou a ausência do Presidente Professor Jaime Ribeiro. A professora Inocência Bolas assinalou ainda a continuidade do projeto CESVIVER. Referiu-se às condições a que estamos sujeitos e ressalvou que tudo se fará para que quem vier à CES, cumprindo as regras impostas pela D.G.S., se sinta seguro apesar da consciência dos riscos. Salientou ainda que estas atividades têm como finalidade colmatar o isolamento e proporcionar a interação através de momentos de cultura e diversão.
Foi dada a palavra aos representantes das autarquias, Sr. Presidente da Junta de Freguesia da Amora e Sr.ª Vereadora da C.M.S. que agradeceram o convite, mencionaram a situação de pandemia que atravessamos e disponibilizaram o seu apoio a este projeto.
Foi com muito agrado que se ouviu a Sr.ª Vereadora Dr.ª Manuela Calado dizer que se sentia muito bem naquele espaço, que nele havia uma boa energia fazendo-a querer regressar sempre que fosse convidada, pois sentia estima pelo projeto CESVIVER. Foram feitos votos de muitas felicidades à CESVIVER e a todos os presentes.
A professora Maria de Lourdes Mano, convidada pela Diretora Executiva da CESVIVER como representante dos orientadores/dinamizadores de atividades ao longo do ano letivo 2019/2020 e do primeiro período de 2020/2021.
Toda a sua apresentação poderá ser lida, na íntegra, no fim deste artigo.
Para finalizar o programa ouvimos a leitura do poema “Rosa de Outono” de Nuno Júdice, pela Sr.ª D. Isabel Franganito.
Em modo de jogral, as Sras. D. Céu Machados, D. Filomena Miguel e D. Palmira Raposo leram quadras e tercetos que passo a transcrever:
Antes de darmos por encerrada a sessão, foi distribuído, como recordação deste dia, um marcador de livro.
Ainda se ouviu a Sr.ª Vereadora Dr.ª Manuela Calado enalteceu o trabalho apresentado pela professora Maria de Lourdes Mano, desejou-lhe as maiores felicidades e agradeceu. Também dirigiu o seu agradecimento às senhoras que fizeram apresentações poéticas.
Estávamos já de saída quando o Presidente da CES, professor Jaime Ribeiro, apareceu para cumprimentar a assistência e explicar o motivo da sua ausência – obras das futuras instalações da Unisseixal.
Em meu nome e em nome dos membros da CESVIVER agradeço a presença e a participação dos convidados e de todos os presentes. Muito obrigada Sr. João Correia, pela sua colaboração como fotógrafo ao longo destes anos.
Rosa Maria Duarte
Ex.mos Senhores,
Dignos representantes da Casa do Educador, da Cesviver e Unisseixal, da Câmara Municipal, Junta de Freguesia, outras Entidades e todos os restantes amigos aqui presentes nesta cerimónia restrita, mas bem representativa das entidades com as quais a CESVIVER contacta. Num primeiro apontamento, felicito a Casa do Educador do Seixal pela celebração dos 18 anos de excelente trabalho em prol de todos nós e da Comunidade.
Por solicitação da Sr.ª. Directora Executiva da CESVIVER, Profª. Rosa Maria Duarte, encontro-me nesta cerimónia como representante de todos os colegas e amigos que no decurso do ano lectivo 2019/2020 orientaram as múltiplas temáticas das sessões semanais deste importante projecto de solidariedade da Casa do Educador.
Todos nós estamos muito gratos à Profª. Rosa Duarte por se lembrar das nossas pessoas propiciando-nos, a par de um fraterno, salutar e profícuo convívio semanal, a enorme alegria e prazer de colaborarmos como voluntários, usufruindo também desta Família que é a CESVIVER. Querida amiga Profª. Rosa Duarte, em nome de todos os colaboradores expresso a nossa gratidão e um grande bem-haja por tudo, incluindo o facto de nos conceder sempre inteira liberdade nos conteúdos programáticos que sugerimos ao prepararmos o ano lectivo.
De igual modo, e uma vez que me foi solicitado também que falasse de «Um Livro, Uma Companhia», aproveito este momento para lhe agradecer publicamente por me conceder a oportunidade de orientar atividades, quer no âmbito das Artes Plásticas onde, a par do que se passa internacionalmente, realçar sempre a Arte e os Artistas Portugueses, quer no âmbito da Literatura, dinamizando as sessões de «Um Livro, Uma Companhia», contrato-programa apoiado pelo Pelouro da Cultura, Participação, Habitação, Juventude e Desenvolvimento Social da Câmara do Seixal, “projecto” este que considero bem enriquecedor, estimulante e conducente a diversos aspectos fundamentais para a continuidade do desenvolvimento de capacidades nas várias dimensões, sem esquecer o equilíbrio bio-psico-social de todos nós, idosos.
Ao falarmos da Leitura e da sua validade, todos conhecemos os inúmeros benefícios e competências que esta actividade intelectual e, simultaneamente lúdica, propicia nas diversas fases do crescimento. Estamos conscientes dos resultados de muitos estudos efectuados, também na área da Gerontologia e, mais especificamente na Gerontologia Social, que enunciam o alto valor da leitura na nossa faixa etária.
Incentivar que nós, os idosos, continuemos a manter o bom hábito de ler, é estimular o cérebro, é saber cuidar do nosso lado emocional, consequentemente, saber expressar melhor sentimentos e emoções; é desenvolver a imaginação, o raciocínio; é conseguir ocupar a mente, mantendo-a activa, viva; é sentirmo-nos mais acompanhados, logo, menos sós; é elevar a nossa auto-estima; é atenuar os efeitos do envelhecimento e ajudar na prevenção de doenças neurológicas degenerativas da mente e do corpo.
Está provado cientificamente que, além de todos os benefícios que referi, o acto de LER diariamente é um exercício mental importante para que, independentemente da idade já um pouco avançada, é possível ainda o nascer de novos neurónios.
Então, os livros são muito mais do que páginas com meros caracteres e palavras. São portas e janelas enormes, abertas, por onde entra uma grande lufada de conhecimento, diversão, prazer, sonho e o reavivar de memórias se torna tão significativo, tão importante para nós.
Enquanto dinamizadora deste magnífico “projecto” «Um Livro, Uma companhia», foi preocupação minha também, celebrar a Poesia e conceder-lhe um lugar especial, já que os textos são de leitura fácil, não muito extensos, por isso mesmo, facilitadores do nível de atenção e concentração. A Poesia permite a construção de símbolos e metáforas onde o ritmo, o som, a harmonia da palavra está presente, e as emoções são tratadas de modo especial… Um livro de poesia é para ser lido com calma, saboreando cada verso, tentando relacioná-lo com as vivências pessoais e, voltando a reler depois de um tempo.
Cito o poeta e dramaturgo espanhol do séc. XVI, Lope de Vega:
«A poesia é a pintura dos ouvidos, assim como a pintura é a poesia dos olhos».
José Saramago, o nosso Nobel da Literatura deixa-nos esta reflexão:
«Eu pergunto o que seria de todos nós se não viesse a poesia ajudar-nos a compreender quão pouca claridade têm as coisas a que chamamos claras.»
O grande poeta argentino Juan Gelman, Prémio Cervantes 2007, diz:
- «Aí está a poesia. De pé contra a morte, porque a poesia salva.» Também é dele a seguinte frase: «A memória é o sustentáculo de toda a Arte».
O filósofo e pedagogo suíço Jacques de Coulon, cuja presença em Lisboa ainda está na nossa memória, autor de livros como, «Sejamos Poetas da Nossa Vida» e «Exercícios Práticos de Poesia-Terapia», Jacques de Coulon afirma que a magia das palavras tem um efeito terapêutico e são um veículo prodigioso para nos conhecermos melhor.
Voltando ao “projecto” «Um Livro, Uma Companhia», o ano lectivo de 2019-2020 foi particularmente especial porque nos concedeu a feliz oportunidade de celebrarmos e recordarmos, aqui na CESVIVER, grandes vultos da Literatura Portuguesa que nasceram há 100 anos.
Foi este um dos principais motivos porque não orientei as sessões de «Um Livro, Uma Companhia» com um único autor e uma única obra literária, ao longo de um ano lectivo.
Assim, celebrámos o centenário do nascimento dos magníficos:
- Fernando Namora – em prosa, mas também em poesia. (Como nos divertimos com a leitura do conto «Dois Ovos ao Fim da Tarde» cuja história é uma homenagem do escritor ao seu grande amigo Luís Dourdil e que nos levou a conhecer um pouco melhor este grande artista plástico.)
Seguiu-se a excelência de Jorge de Sena e Sophia de Mello Breyner Andresen celebrados também através da Poesia.
Não poderíamos esquecer outra data importante e o grande neo--realista Alves Redol e o romance «GAIBÉUS».
Muito recordámos e aprendemos na Visita de Estudo ao Museu do Neo-Realismo, visitando as exposições «E não sei se o Mundo nasceu» - em homenagem a Fernando Namora e,
«Raízes de uma colecção: Alves Redol e (seus) ilustradores» - visando celebrar os 80 anos da publicação do romance «Gaibéus» e recordar os 50 anos da morte deste grande escritor e Homem do Teatro.
Nem podíamos esquecer também o magnífico e tão premiado Nuno Júdice e a sua brilhante poesia, assim como, a magistral Maria Teresa Horta, uma das mais conceituadas poetas da Moderna Poesia Portuguesa e o livro histórico «Novas Cartas Portuguesas» que, como estão recordados, marcou a nossa geração.
Recordo que, mal este livro chega às livrarias, em 1972 - e porque Natália Correia foi a única que teve a enorme coragem de o editar - foi retirado pela PIDE e levantado um processo às três escritoras - Mª. Isabel Barreno, Mª. Teresa Horta e Mª. de Fátima Velho da Costa - processo por pornografia, obscenidade e atentado à moral pública. Foi há 48 anos!
Curiosamente, as «Novas Cartas Portuguesas» tornou-se na obra literária mais aclamada e conhecida internacionalmente como o «livro das três Marias» por quem, ainda em 1972, as escritoras Simone de Beauvoir, Margarite Yourcenar e Christiane de Rocheford, muitos outros escritores, artistas, e muitas outras feministas, tanto em França como até nos Estados Unidos, se “bateram” junto das embaixadas de Portugal, organizando manifestações e empunhando grandes cartazes, insurgindo-se contra a ditadura, repressão e censura em Portugal.
E o governo de Marcelo Caetano tremeu com tal escândalo…
Felizmente que tudo terminou com o 25 de Abril.
A título de curiosidade refiro que as «Novas Cartas Portuguesas» foi a obra literária seleccionada, no passado dia 29/Junho, para representar Portugal na bibliografia recomendada, como leitura das férias de Verão, pelo projecto «Leitores da Europa» em cooperação com a Biblioteca do Conselho da União Europeia.
Voltando à programação da CESVIVER no âmbito de «Um Livro, Uma Companhia»: já na próxima semana recordaremos José Saramago e os dez anos da sua ausência física mas sempre presente em nós, até porque o magnífico «Memorial do Convento» é o ponto de referência para a Visita de Estudo programada a Mafra mas, devido à situação grave e delicada que o País e o mundo estão a viver, esta visita far-se-á numa melhor oportunidade.
Em todas as sessões de «Um Livro, Uma Companhia», houve a preocupação que os participantes lessem. No decurso das sessões, eram oferecidas folhas A4 com textos em prosa ou em verso, textos cuidadosamente ilustrados com obras plásticas de artistas portugueses.
Este magnífico “projecto”, propiciou-nos também a criação de uma pequena Biblioteca da CESVIVER, constituída por vários dossiers e livros, quer com textos em prosa, quer com poesia, de acordo com os vários escritores e poetas dinamizados, tanto no ano lectivo de 2018/2019, como em 2019/2020.
É já um bom conjunto de obras criteriosas, com temas diversificados para todas as sensibilidades e estéticas, sempre ao dispor de quem deseje usufruir do enorme prazer de LER.
Antes de terminar, não posso deixar de expressar uma palavra de profunda admiração, respeito e amizade, à nossa querida amiga e Directora Executiva da CESVIVER, Profª. Rosa Maria Duarte, pela sua enorme coragem, determinação e ânimo, bem patentes ao retomar as actividades semanais aqui, na CESVIVER, propiciando a todos nós, idosos, um espaço de aprendizagem, convívio salutar, mitigando as grandes saudades que todos sentíamos de todos, dos convívios fraternais, da amizade, dos afectos, os quais nos dão segurança e ajudam a atenuar e a serenar os nossos corações perante estes tempos difíceis, gravosos e incertos que o mundo vive.
Cito o nosso Cardeal e poeta e teólogo e, agora arquivista na Biblioteca e Arquivo Apostólicos do Vaticano, uma das vozes mais originais da Literatura Portuguesa Contemporânea, D. José Tolentino de Mendonça, cuja mensagem se adequa perfeitamente a este belo projecto de solidariedade que é a CESVIVER:
- «Nós adoecemos da ausência de amigos. O olhar de um amigo é uma âncora. A ela nos seguramos em estações diferentes da Vida para receber esse bem inestimável de que temos absoluta necessidade e que, verdadeiramente só a amizade nos pode dar: a certeza de que somos acompanhados e reconhecidos. Sem isso a Vida é uma baça surdina destinada ao esquecimento. É de vida partilhada que as nossas vidas se alimentam.»
Querida amiga Profª. Rosa Duarte, muitos parabéns e o nosso profundo bem-haja pelo seu coração generoso, pela sua força, coragem, determinação e ânimo em retomar estes excelentes e tão necessários encontros semanais da CESVIVER.
Para todos vós, queridos amigos aqui presentes nesta cerimónia, o meu agradecimento pela vossa enorme atenção e disponibilidade em ouvir-me.
Votos de boa saúde e dias felizes para todos.
Lourdes Mano – 29 Out. 2020
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