Mestre Francisco Simões

Categoria :Artes

O ESCULTOR-POETA DA MULHER

Sem pretender abordar a função da escultura e o papel do escultor face à sociedade, não nos podemos esquecer que a ligação entre a Literatura e as outras formas de Expressão Artística vem de muitos séculos.

A representação de escritores e poetas no seio da escultura portuguesa é comum por todo o País.

Hoje, mês de Março e, pelo menos para mim, é o mês do feminino já que é nesta altura do ano que se celebram a Mulher, a Poesia, a Árvore, a Primavera, a Água, ... e, claro, também o «Dia do Pai».

É o momento propício para recordarmos um artista que eu designo por “o Escultor-Poeta da Mulher”, tal a graciosidade, leveza, a luz, (...) que transbordam da sua inspiração e criação artísticas, quer seja na escultura com mármore policromado ou não, na cerâmica, desenho, pintura, serigrafia...

Ele próprio afirma:

«A mulher é a coisa mais bonita do universo. Não há pássaro, não há Sol, não há mar, não há nada que se lhe compare.

O corpo da mulher é redondo, não tem arestas, tem uma policromia harmoniosa, cheira bem.»

Refiro-me a Francisco Simões, o escultor-poeta da Mulher e, à nossa memória de imediato vêm as maravilhosas esculturas femininas colocadas na Estação do Metro do Campo Pequeno, ou então, o grupo escultórico denominado «Flores de Verde Pinho», situado na Área de Serviço de Leiria, em homenagem a El-Rei D. Dinis e às «Cantigas de Amigo».

Vida e obra do Escultor-Poeta da Mulher

Quem é o Mestre Francisco Simões?

Brevíssimas notas biográficas em jeito de memorando:

  • Nasceu em Porto Brandão,  Almada, em 1946,
  • Por aconselhamento do Professor Calvet de Magalhães, frequentou o curso da Escola de Artes Decorativas António Arroio, concluindo-o em 1965.
  • Em 1967 foi bolseiro da OCDE , em Roma, Turim, Novara, Verona e Milão.
  • A convite de Germain Bazin, historiador de Arte e conservador de pintura no Museu do Louvre, em Paris, trabalhou neste prestigiado Museu em 1968.
  • Em 1974 concluiu o curso de Escultura da Academia de Música e Belas Artes da Madeira.
  • Em 1989 foi consultor do Ministério da Educação para o projeto «A Cultura Começa na Escola»; simultaneamente foi membro do grupo de trabalho criado também pelo Ministério da Educação  para a «Humanização e Valorização Estética dos Espaços Educativos».

A sua longa e profícua biografia ficará para outra oportunidade... As suas grandes referências na escultura são Miguel Ângelo e Rodin.

Talvez valha a pena recorrer ao próprio Mestre para sabermos o que sentiu quando, pela primeira vez visitou o Vaticano, e foi direitinho para a «Pietà», de Michelangelo:

«Tive o privilégio de poder tocar nela com as mãos. É tão bonita. Ainda hoje, quando esculpo as minhas peças só as considero prontas quando ao toque tenho a mesma sensação que tive com a Pietà.»

Mestre Francisco Simões tem uma vida cheia de histórias para nos contar, tanto da amizade e convivência com grandes vultos da Cultura portuguesa – entre eles Almada Negreiros, David Mourão-Ferreira – como «das conspirações em tempos de ditadura, da revolução e da dissidência»...

Como não é possível, aqui neste espaço que deveria ser breve, resumir o seu percurso como magnífico escultor-poeta da Mulher, nem tão pouco mostrar toda a sua obra plástica, aqui vos deixo umas quantas imagens do seu génio artístico no âmbito da Escultura, Desenho, Pintura, Cerâmica e ilustrações de Poesias de David Mourão-Ferreira.

Lourdes Mano Reis

Março 2021

Desenho, Escultura, Pintura e Cerâmica


Celebrar na Cesviver

Categoria :Datas Comemorativas

O Dia Internacional da Mulher

Ultrapassando a distância física, vamos celebrar juntos o dia 8 de março de 2021, com a participação de algumas Aderentes que enviaram poemas, da sua autoria e não só, dedicados à Mulher.

MULHER… palavra que leva o meu imaginário, e certamente o vosso, mulher ou homem, a vaguear pelos tempos vividos ou passados, para recordar bons ou menos bons momentos e/ou sentimentos, deixar saudade ou o desengano vivido…

Esta “viagem” foi como um filme: primeiro as histórias das mulheres (matriarcas ou não) da família, suas origens, vida e “fados”; depois, saí para visitar aquelas que tiveram algum impacto na minha vida – educadores, profissionais de saúde, religiosas, colegas, amigas.  Entre todas aparecia uma ou outra que ajudou ou contribuiu para quem sou e o que sou.

Mas o imaginário passou para a realidade e resolvi procurar algumas informações sobre o Dia Internacional da Mulher; quais as figuras que mais se distinguiram, na conquista para a liberdade da mulher e nos(as) mais diversos(as) ramos/ áreas. Assim sendo, vou partilhar convosco umas breves passagens:

Muitos são caminhos e as lutas travadas em diferentes datas e países, mas só vou referir: Celebração anual como Dia da Mulher foi organizado a 20 de fevereiro de 1909, em Nova Yorque, pelo Partido socialista da América; no resto do Ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado durante as décadas de 1910 e 1020 tendo caído no esquecimento. Só na década de 1960 foi reativada pelo movimento feminista. O ano de 1975 foi designado, pela ONU, como Ano Internacional da Mulher e o dia 8 de março foi escolhido como Dia Internacional da Mulher pelas Nações Unidas, com a finalidade de lembrar as conquistas sociais, políticas e económicas das mulheres, independentemente de divisões nacionais, étnicas, linguísticas, culturais, económicas ou políticas.

Em Portugal, Carolina Beatriz Ângelo, foi a primeira cirurgiã portuguesa em 1903 e a 28 de maio de 1908 foi a primeira mulher portuguesa a exercer o direito de voto, nas eleições para a Assembleia Constituinte.

A sua militância em organizações defensoras dos direitos das mulheres iniciou-se em 1906 no Comité Português da agremiação francesa La Paix et le Désarmement par les Femmes, uma associação que tinha por objetivo a resolução de conflitos bélicos pela forma do diálogo, seguindo-se em 1907, no Grupo Português de Estudos Feministas, conduzido por Ana de Castro Osório e na Maçonaria.

Ana de Castro Osório - Foi escritora de literatura infantil, romancista e sufragista e ativista. Publicou, em 1905, o primeiro manifesto feminista português. Foi uma das fundadoras do Grupo Português de Estudos Feministas, em 1907, da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, em 1909 e, em 1912, da Associação de Propaganda Feminista, a primeira organização sufragista portuguesa, tendo exercido o cargo de Presidente da lista das Surfistas Portuguesa e integrou a International Women Suffrage Alliance.

Adelaide Cabete – médica, professora, pedagoga e militante republicana feminista - foi uma das principais feministas portuguesas do Século XX.

Foi pioneira na reivindicação dos direitos das mulheres portuguesas.

(Mulheres Portuguesas - Origem: a enciclopédia livre.)

(Google – Ana Osório)

(Adelaide Cabete – Wikipédia.org. Wiki)

Muito e muitas mais mulheres se distinguiram em Portugal e no estrangeiro, não só pela luta dos direitos das MULHERES, mas também por outros factos que as marcou e ficaram conhecidas na História de um país ou do mundo.

Para finalizar faço referência Berthe Morisot que foi a primeira mulher a fazer parte do grupo impressionista, participando na Primeira Exposição Impressionista de 1874. Foi uma artista talentosa e revolucionária.

(Google – Berthe Morisot)

Feliz Dia para todas as Mulheres

Homenagem à MULHER



João Luís Barreto Guimarães

Poeta premiado

Quantos de nós já leu, um poema que seja, deste poeta português galardoado recentemente nos Estados Unidos da América, precisamente no dia 8  Fevereiro 2021, com o prémio «Willow Run Poetry Book Award 2020»?

Este prestigiado prémio foi atribuído ao livro de poemas «Mediterrâneo», do poeta João Luís Barreto Guimarães, editado em Portugal em 2016 e já traduzido e publicado em vários países da Europa.

Teria sido fácil a atribuição deste conceituado galardão ao livro de poemas de João Luís Barreto Guimarães?

Eu diria que não foi nada fácil já que, a este prémio foram admitidos cerca de duas centenas de manuscritos de poetas americanos e não-americanos mas cujos livros foram traduzidos para Língua Inglesa.

Assim,  numa primeira etapa foram seleccionados 52 semifinalistas.  Seguiram-se depois, apenas 10 finalistas representantes dos EUA, Canadá, Reino Unido, África do Sul, Suíça, Japão, Índia, China e o nosso poeta.

João L. B. Guimarães é o primeiro português e o terceiro poeta distinguido por este notável prémio americano.

Além do valor monetário, o livro de poemas «Mediterrâneo» será publicado em todos os países anglo-saxónicos.

De que nos “fala” esta obra poética?  «Não é uma colecção de poemas que foram aparecendo, mas um conjunto que forma um todo, que surge para responder a alguma urgência, alguma pergunta, um mistério. É um livro que fala dos territórios divididos da Europa, belos, aterradores, portadores de civilização, sempre em disputa, sempre à procura de si mesmos.»

Cito o poeta:

«Em minha casa havia pouca poesia. A minha mãe era professora de Físico-químicas e tinha os livros do António Gedeão, que era o Rómulo de Carvalho. Então, as primeiras poesias com as quais tive contacto foram os versos do António Gedeão, que a minha mãe dizia frequentemente pela casa. Mas, verdadeiramente, o primeiro momento em que me lembro de ficar sobressaltado com a poesia e deslumbrado - a perguntar: "O que é isto, de onde é que isto está a aparecer?!" - foi nas aulas de Português do 9.º ou do 10.º ano, quando começo a estudar a obra do Cesário Verde e do Fernando Pessoa. E começo eu próprio a fazer as minhas tentativas: românticas, sofridas.»

De Dezembro 2013 a Novembro 2014 escreveu em prosa, uma crónica semanal para o Jornal de Notícias.

João Luís Barreto Guimarães está representado em Antologias e Revistas Literárias de Portugal, Espanha, França, Bélgica, Holanda, Reino Unido, Alemanha, Áustria, Itália, Hungria, Bulgária, Roménia, Eslovénia, Croácia, Montenegro, Macedónia, México, Uruguai, República Dominicana, Estados Unidos e Brasil.

Em 1992 recebeu o Prémio «Criatividade Nações Unidas».

Foi distinguido com o Prémio Nacional de Poesia António Ramos Rosa e duas vezes finalista do Premio Internazionale Camaiori.

Em Abril 2019, o livro «Nómada» arrecadou o prémio de «Melhor Livro de Poesia do Ano» da Editora Bertrand.

João Luís Barreto Guimarães nasceu no Porto a 3 Junho 1967.

Além de poeta e tradutor é médico.

Muito fica por referir sobre João Luís Barreto Guimarães e a sua obra poética que, na minha perspectiva, seria muito enriquecedor conhecermos mais profundamente.

Obras poéticas publicadas até ao momento:

  • Há Violinos na Tribo (1989)
  • Rua Trinta e Um de Fevereiro (1991)
  • Este Lado para Cima (1994)
  • Lugares Comuns (2000)
  • Rés-do-Chão (2003)
  • Luz Última (2006)
  • A Parte pelo Todo (2009)
  • Mediterrâneo (2016)
  • Nómada (2018)
  • O Tempo Avança por Sílabas (2019)
  • Movimento (2020)

Finalizo estas breves notas sobre o nosso poeta que hoje vos recomendo vivamente, recordando as sábias palavras do grande poeta da Catalunha, Joan Margarit, considerado o poeta «devoto da emoção» e Prémio Cervantes 2019, - o prémio mais relevante da Literatura Espanhola – falecido agora, no passado dia 16 Fevereiro:

«Escrever um poema é mais difícil que morrer; nem todos podem escrever um poema, morrer está ao alcance de todos.»

M.ª Lourdes Mano Reis

Obra literária de João Guimarães

Poeta, tradutor e médico

Apontar para a imagem para ler com tempo


Arte Abstracta

Categoria :Artes

Quem foi, de facto, o precursor deste movimento estético na Pintura?

Apesar da minha preocupação constante de divulgar ou recordar os artistas portugueses nos vários domínios da Arte, hoje apresento-vos um tema um pouco diferente, mais propriamente no domínio da História da Arte já que, desde a década de oitenta do séc. XX e de acordo com trabalhos de investigação por quem é perito, ficou definitivamente esclarecida esta questão:

 - A quem se deve atribuir o estatuto de pioneiro do movimento abstraccionista no âmbito das Artes Plásticas?

Aprendemos que o artista russo Wassily Kandinsky (1866-1944) foi o precursor deste movimento estético dada a inovação que trouxe para o universo das Artes, sendo mesmo um nome indispensável no modernismo europeu. Também aprendemos que este artista estudou os efeitos da cor, da forma e da própria criação artística, associadas à Música, como fonte de inspiração da expressão artística.

Ele próprio, em 1935 escrevia numa carta para o responsável da galeria de Nova York que o representava, reivindicando a autoria do primeiro quadro abstrato, uma aguarela pintada em 1910.

Nessa carta, a dado passo escrevia Kandinsky: «Sem dúvida, é a primeira pintura abstrata do mundo (...) trata-se, por outras palavras, de um quadro histórico».

Wassily Kandinsky - Primeira Aguarela Abstracta - 1910

Quais são as características dominantes do movimento abstraccionista na Pintura?

Resumidamente, a Arte Abstrata rege-se pelas seguintes características:

  • Valorização das linhas, cores, formas e texturas,
  • Ausência da representação da realidade e de imagens figurativas,
  • Uso de materiais diversos na produção das pinturas,
  • Formas livres e geométricas,
  • Relação intimista entre o artista, a obra e o espectador, isto é, a obra é essencialmente contemplativa.

Na Suécia e em 1906, uma artista plástica chamada Hilma af Klint (1862 - 1944) já pintava obras abstractas, bem antes de alguns dos mais célebres artistas europeus associados ao movimento da Arte Abstracta, tais como Wassily KandinskyPiet Mondrian, Paul Klee, Kazimir Malevich e muitos outros.

Pelas datas do nascimento e morte destes dois artistas - Kandinsky e Hilma -  verificamos que são contemporâneos.

As primeiras obras abstractas de Hilma af Klint constituem uma das séries artísticas mais emblemáticas: «Os quadros para o templo».

Consideram os especialistas que as obras de Hilma af Klint não são uma pura abstração da cor e da forma, por si só, mas antes uma expressão artística do que não é visível.

Em síntese, esta artista partindo dos elementos estruturais e compositivos da linguagem plástica, o ponto e a linha, associava-os à cor e criava formas geométricas diversificadas.

Na época, a Academia Sueca era um dos poucos lugares na Europa onde as mulheres podiam estudar.

Hilma af Klint e a sua geração, foi uma das primeiras a receber formação académica em Arte.

Assim, em 1880 Hilma af Klint frequentou a Escola Técnica de Estocolmo onde estudou pintura de retratos.

Em 1882, complementa a sua formação em pintura, na Real Academia de Belas Artes de Estocolmo, passando os cinco anos seguintes a estudar desenho, retrato naturalista e pintura de paisagens.

Porque ficou “escondida”, durante tantos anos, a obra plástica inovadora e vanguardista desta artista sueca?

Num breve resumo, aqui ficam alguns dados biográficos daquela que é considerada com toda a justiça a pioneira da Arte Abstracta:

- Em 1908, Hilma af Klint conhece o filósofo austríaco Rudolf Steiner, membro destacado da Sociedade Teosófica  e fundador da Antroposofia.

- Em 1909, quando Rudolf Steiner visita o estúdio da artista, afirmou que as suas obras plásticas abstractas só seriam entendidas e apreciadas depois de passarem uns cinquenta anos...

- Hilma af Klint realizou mais de 1400 trabalhos, entre pinturas e obras em papel, mas em vida, apenas expôs a sua obra figurativa, mas nunca a abstracta, exactamente porque pensava que esses seus trabalhos abstractos não seriam valorizados nem compreendidos, tal como lhe dissera o filósofo seu amigo, Rudolf Steiner.

- Antes de falecer, em 1944, Hilma teve a preocupação de deixar escrito no seu testamento que toda a sua obra abstracta só poderia ser exposta ao público após passarem 20 anos sobre a sua morte.

Assim, a história desta artista plástica sueca e, nomeadamente as suas pinturas inovadoras e vanguardistas no âmbito da Arte Abstrata permaneceram esquecidas até à década de oitenta do séc. XX quando, numa exposição das suas obras, o Museu de Arte do Condado de Los Angeles, a divulga e reivindica o estatuto de pioneira do abstracionismo.

Segundo consta, após algumas negativas de museus que não viam relevância na descoberta recente desta precursora do movimento abstracionista na Pintura, os sobrinhos de Hilma af  Klint criaram uma fundação e, com o apoio de alguns grupos artísticos da Suécia, organizaram o seu legado constituído por mais de 1400 trabalhos e outros 26 mil escritos, divulgando-o em exposições, livros, etc. Outras exposições se seguiram e sempre com enorme êxito.

Mais recentemente, em Outubro 2018, o Museu Solomon R. Guggenheim de Nova Iorque apresentou uma retrospectiva da pintora sueca, intitulada «Hilma af Klint: Paintings for the Future» onde, além das pinturas, foram expostos muitos cadernos de notas da artista onde se pode verificar o percurso criativo de cada obra abstracta.

Foi a primeira grande mostra individual da artista sueca nos Estados Unidos e, afirmado pelo próprio Museu, foi a exposição de maior sucesso e a mais popular da história deste famoso Museu, com 600.000 visitantes muito interessados e entusiastas.

Eis uma artista plástica tão pouco divulgada e conhecida entre nós e que valeria a pena aprofundar a sua vida, influências filosóficas na sua criação artística e, consequentemente, toda a obra plástica figurativa e abstracta.

M.ª Lourdes Mano Reis


Comunicar através da escrita

Categoria :Atividades Lúdicas

Sendo a escrita um dos meios de comunicação nem sempre foi apresentada, ao longo do tempo, da mesma forma, modo ou tipo. Desde as imagens rupestres até aos nossos dias foi evoluindo de modo a que passasse a ser compreendida nos grupos ou nas comunidades.

Através da escrita transmitimos as nossas atitudes, ideias, sentimentos…. Como é sabido temos vários géneros literários e a poesia é o que mais me encanta e foi pensando nisso que propus aos aderentes da CESVIVER a colaboração para divulgarem um poema, uma poesia ou um texto poético.

Recebi a participação de seis amigas, a quem muito agradeço. Estas serão publicadas de seguida.

Nota: O tempo de leitura é de 30 segundos, quem ler os textos em menos tempo pode clicar e passa ao slide seguinte. Para sair bastar clicar na cruz (X)

LER e ESCREVER

Apesar de ninguém ser leigo nesta matéria tomei a liberdade de vir recordar, para alguns, diferentes estilos de textos. Sabendo-se que texto é um conjunto de signos, codificados num sistema, com o intuito de transmitir uma mensagem. A poesia, por sua vez, está associada à carga estética das palavras, especialmente quando estão organizadas em verso.

Estes conteúdos que vou expor teve como base, a pesquisa na web, os quais estão referenciados nos links que apresento:

Conceito de Texto Poético          Diferença entre Prosa e Poesia

Poema e Poesia-qual a diferença?

Texto poético é aquele que apela a diversos recursos estilísticos para transmitir emoções e sentimentos, respeitando os critérios de estilo do autor. Nas suas origens, os textos poéticos tinham um caráter ritual e comunitário, embora tenham aparecido outras temáticas ao longo dos anos. Os primeiros textos poéticos, por sua vez, foram criados para serem cantados. Por esse motivo eles, até os dias atuais, apresentam essa musicalidade. O mais habitual é que o texto poético seja escrito em verso e se chame poema ou poesia, no entanto, existem textos poéticos sobre a forma de prosa. Muitos entendem a poesia e o poema como a mesma coisa. Eles não são sinónimos, mesmo estando interligados.

Poesia, poiesis do grego, no sentido etimológico, significa “produção artística” ou ainda “criar” e “fazer”. Essa, portanto, está presente não apenas em poemas, mas também em objetos, paisagens e outras formas de expressão. Consiste numa das sete artes tradicionais e é considerada como arte literária. A poesia refere-se à essência.

Poesia é a “Arte de criar imagens, de sugerir emoções por meio de uma linguagem em que se combinam sons, ritmos e significados”, enquanto poema é “Obra em verso ou não em que há poesia”, de acordo com o dicionário Aurélio.

A poesia é caracterizada pela utilização de recursos para expressar a linguagem de forma especial e diferente do normal, e provoca diversos efeitos de sentir naqueles que recebem a mensagem. Os recursos são usados para causar efeitos e sensações em quem está lendo, como por exemplo: recursos sonoros - o ritmo, a rima, a aliteração, entre outros; e o uso da linguagem para sugerir imagens, como as metáforas e as personificações. Entre os tipos de poesia, estão a lírica, épica e dramática.  Ainda há o tipo de poesia em “verso livre” em que poeta cria o próprio ritmo as regras, formulando um estilo único dentro do género literário.

Poema é um texto literário, estruturado em versos e estrofes. Uma estrofe é cada uma das seções que constituem um poema. Esse é formado por alguns versos, e as estrofes são separadas em um poema por uma linha em branco. Nele são revelados sentimentos, pensamentos e opiniões do escritor, podendo ter conteúdo emotivo. Um poema pode conter rimas, métricas, símbolos, metáforas, aliterações e demais recursos da língua portuguesa. O poema refere-se à forma. Pode ser classificado de acordo com um dos seis tipos: soneto, ode, poema épico, narrativo, dramático ou lírico.

Todos os textos poéticos são escritos a partir de experiências pessoais, sentimentos, factos, reflexões, etc. O poeta pode ser considerado como a voz do poema. O texto poético é a representação de algo por meio das palavras. É um texto expressivo, sensível, com ritmo e, até mesmo, uma musicalidade própria.

RMD


Mestre João Cutileiro

Categoria :Artes , Memórias

Pequena homenagem ao Mestre João Cutileiro

«Existe um antes e um depois do João Cutileiro na escultura nacional».

Esta é opinião do também escultor Rui Chafes, Prémio Pessoa 2015, que define o Mestre Cutileiro como «um inovador, um precursor, um nome incontornável, um pioneiro e um exemplo para muitos escultores mais novos do que ele».

Recorda ainda Rui Chafes que «as mulheres esculpidas em mármore polido são o rótulo de um homem maior, que se notabilizou pela forma como brincou com a História do País ao criar D. Sebastião...»

De facto, em 1970 o Mestre João Cutileiro foi viver para a cidade de Lagos e, como se aproximava o ano de 1973, data em que a cidade celebraria os 400 anos da elevação de Lagos a cidade, por reconhecimento régio de El-Rei D. Sebastião, no ano de 1573, o município encomendou uma escultura do jovem rei para comemorar esta data histórica.

Rompendo com a tradição, o escultor João Cutileiro cria um rei menino, sem espada, nem escudo e de face imberbe, afrontando o regime e a ordem instituída no Portugal antes do 25/Abril...

Mestre João Cutileiro foi alvo de muitas mais críticas e  controvérsia quando, em 1997, criou o monumento comemorativo ao 25/Abril/1974, colocado no Parque Eduardo VII, a pedido do Dr. João Soares, na época Presidente da Câmara de Lisboa.

Perante as críticas de que era alvo devido à sua ousadia criativa, inovação, e estética vanguardista, ironicamente dizia que não era «um fazedor de objectos destinados à burguesia intelectual do ocidente».

João Pires Cutileiro nasceu em Lisboa, no ano de 1937.

Faleceu este ano, no passado dia 5 de Janeiro, com 83 anos.

Em 1951, com apenas 14 anos, apresenta a sua primeira exposição individual em Reguengos de Monsaraz.

Frequentou a Escola Superior de Belas Artes de Lisboa (ESBAL), sendo aluno do Mestre Leopoldo de Almeida.

Por influência de Paula Rego vai para a Slade School of Art, em Londres.

Por todo o País encontramos fantásticas esculturas ou monumentos deste Mestre a embelezar praças, jardins, lagos, museus, hotéis, etc..

Exposições, prémios e distinções, internacionais e nacionais, são inúmeros.

A 3/Agosto/1983, foi agraciado com o grau de Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada pelo Presidente da República, General Ramalho Eanes.

Muito ficou por referir relativamente ao seu percurso biográfico.

Homem gentil, afável, interessado no trabalho dos outros artistas, generoso, curioso, apaixonado pela fotografia, pela amizade e pela comunicação, João Cutileiro era um verdadeiro embaixador da nossa Cultura, da boa-vontade e da justiça.

Mª. Lourdes Mano Reis


Chi Terapia na CESVIVER

Categoria :Chi Terapia

Esta retrospetiva sobre a CHI TERAPIA na CESVIVER, tem como primeira finalidade agradecer ao prof. António Santos, toda a sua disponibilidade, dedicação e preocupação com a saúde e bem-estar dos aderentes desta valência da Casa do Educador do Concelho do Seixal (CES).

Para este trabalho recorri a documentos existentes na CES, desde já apresento as minhas desculpas caso não tenha referido algo de importante, e também, a pesquisas feitas no google ou no livro Manual de Chi Terapia a fim de complementar este trabalho.

Assim sendo, começo por aludir ao trabalho voluntarioso do prof. António Santos, que, uma vez por semana, no horário da manhã, se encontra na CES para orientar os seus alunos, no espaço da “galeria”, no jardim, ou utilizando outros locais da comunidade.

Quem participa nas aulas sabe bem quais os benefícios que estas trazem para a sua vida pessoal e para a vida social ou em comunidade.

O programa desenvolve-se em duas vertentes: a aprendizagem de novos exercícios e o aperfeiçoamento dos já conhecidos, de maneira a permitir uma melhor qualidade de vida sem, contudo, descurar a componente teórica.

Este programa tem como base a prática de Yang Tai Chi Chuan e de Luhoan Chi Kung visando atingir os propósitos para os quais foram destinados.

Ocasionalmente o professor proporcionou o encontro com outros mestres, tal como aconteceu quando do ensinamento da Forma de Leque; realização de atividades promovidas pela CMS e outras associações; e participação na festa conjunta CES – UNISSEIXAL – CESVIVER por altura do Natal.

O Tai Chi é uma combinação especial de exercícios e meditação, de origem milenar, que pretende libertar, simultaneamente, a mente e o corpo, ajudando a combater o stresse característico da vida moderna e a dar uma maior flexibilidade ao corpo. Os exercícios que compõem o Tai Chi, originários da China, remontam há mais de 2500 anos e são muitas as teorias e lendas sobre as suas origens. Uma das mais famosas é que terá sido fundado pelo monge tauista e perito em artes marciais, Chang San Feng (960-1279).

É provável que existam 20 estilos de Tai Chi, entre os quais o estilo Lee, muito difundido no Ocidente e, ainda muitas variações de cinco dos estilos conhecidos, dependendo dos mestres de Tai Chi chineses no Oriente ou no Ocidente.

O nome Tai Chi Chuan remonta a um mestre do século XVI que a aliou a teoria Yin-Yang à filosofia de Tai Chi relativa à origem da vida.

Os princípios filosóficos Taiji Quan remetem para o tauismo e para a alquimia chinesa. É apreciado no Ocidente por ter uma relação com a meditação e a promoção à saúde a fim de se sentirem mais tranquilos e equilibrados. Baseia-se essencialmente na suavidade, flexibilidade e aplicação da energia Qi.

É um estilo de arte marcial também conhecido como meditação em movimento.

O símbolo do Tai Chi funde os dois elementos antagónicos Yin e Yang. Indica que não há princípio nem fim, mas sim uma constante alternância entre princípios e fins. Não há nem um bom nem um mau absoluto, a harmonia é obtida através do equilíbrio. (Diagrama tauista adotado no Tai Chi - Tei-gi)

Voltemos ao assunto inicial e recuemos um pouco no tempo para termos uma noção desde quando se pratica regularmente a Chi Terapia na CESVIVER.

A prof.ª Maria Judite Bentes contactou e convidou o prof. António Santos, durante o seu mandato - 2012/2014 - como diretora executiva deste projeto, para orientar atividades e assim surgiu “A Chi Terapia na CESVIVER”. Esta atividade teve continuidade nos mandatos seguintes - 2014/2018 – 2019/e até à presente data, sendo diretora executiva a prof.ª Rosa Maria Duarte.

Mas, durante estes anos o professor teve de se organizar de acordo com os acontecimentos que foram surgindo, fazendo-o sempre com agrado:

  • No ano letivo 2015/2016 o edifício da CES entrou em obras de requalificação, fechou temporariamente as suas portas, não se realizando atividades naquele local. Para que estas aulas não fossem suspensas a direção da CES encontrou um espaço adequado, o ginásio do Centro de Assistência Paroquial de Amora (CAPA);
  • No ano letivo 2016/2017, ainda continuavam as referidas obras e, como o espaço do ano anterior ficara indisponível, recorreu-se à Sociedade Filarmónica Operária Amorense (SFOA) que gentilmente nos cedeu um espaço.
  • No ano letivo 2017/2018, finalmente estávamos de regresso ao edifício da CES. Para além da “galeria” também se começou a utilizar a zona do quintal, que fora transformada em jardim, sendo assim possível ter-se um contacto mais direto com a natureza. E aí realizámos a primeira aula, em setembro de 2017.
  • O ano letivo 2018/2019 decorreu num processo contínuo e sem alterações

  • Nos anos letivos 2019/2021, como sabem passou-se a viver uma pandemia causada pelo vírus Covid 19. Tudo ou quase tudo mudou: suspensão das atividades presenciais; encerramento da CES; confinamento; reabertura das atividades com regras rigorosas da D.G.S.; e presentemente novo confinamento.

O prof. António Santos foi adaptando as suas aulas às situações que iam surgindo, tanto as presenciais como à distância. Em tempo de confinamento as suas aulas têm tido continuidade através das redes sociais. Convidou os seus alunos para, caso quisessem, terem aulas online, o que está a acontecer neste momento e já o tinha feito em 2020.

Também havia uma parte teórica a fim de se saber a história desta arte chinesa, de melhor entendimento e maior perfeição na execução dos exercícios. Apostou na postura e na correção dos exercícios. As aulas decorrem sempre num ambiente acolhedor de tranquilidade, ao som de música de relaxamento ou meditação.

Mais haveria para dizer sobre as aulas de Chi Terapia, mas vou terminar dando a conhecer alguns dos planos para Chi Terapia na CESVIVER: exercícios de automassagem; os 18 exercícios da saúde; estiramentos com bastão; exercícios para a depressão; os 13 exercícios da vitalidade; os 12 movimentos de vitalidade de Chi Kung; Forma 8 de Yang Tai Chi; Forma Ney Jia; Forma de leque, etc.

O resultado desse trabalho é visível, pois para alguns é a única participação em atividade física e, para todos que façam dela uma prática regular, permite que encarem a vida com mais otimismo, aumentando a autoestima e tornando-se mais saudável.

Bem-haja professor António Santos.

(Rosa Maria Duarte)



Contos do passado e do presente

Categoria :Historia

Sendo hoje terça-feira, se não estivéssemos a atravessar uma situação pandémica e com restrições de deslocação, estaríamos no nosso encontro semanal, nas intituladas “tardes de terça-feira” para conversarmos e partilharmos o que de melhor temos ou sabemos.

Hoje, dia 19 de janeiro de 2021, resolvi comunicar convosco tendo como tema principal alguns dos acontecimentos mais relevantes que aconteceram nesta data, desde os anos mais longínquos. Este trabalho teve como base uma recolha feita por mim no google. Espero que sirva para ocupar um pouco do vosso tempo.

Começando por nos situar no tempo e espaço:

19 de janeiro do ano 2021 pertence à década 2020; ao século XXI; ao 3º milénio; é o 19.º dia do ano no calendário gregoriano. Faltam 346 para acabar o ano.

O calendário gregoriano é um calendário de origem europeia, utilizado oficialmente pela maioria dos países. Foi promulgado pelo Papa Gregório XIII (1502–1585) em 1582 em substituição do calendário juliano implantado por Júlio César (100–44 a.C.). Em Portugal entrou em vigor na data determinada pela Santa Sé em virtude de uma lei de Filipe I de Portugal, assinada em Lisboa, a 20 de setembro, e escrita em português de acordo com as garantias aprovadas nas Cortes de Tomar de 1581.

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